A beleza da democracia é essa: faz-se a voz do povo, da maioria. Seis, sete meses de intensas campanhas em busca de votos que vão decidir o rumo do país. O caminho a ser trilhado por quatro anos. Temos, agora eleita, a primeira mulher presidente do Brasil. Porque a maioria escolheu. A maioria que um dia escolheu Lula. Incríveis duas vezes! Essa maioria da memória curta…
Antes de mais nada, tenho respeito pelo voto de cada um. Prefiro debates com quem vota, se posiciona, tem opinião, do que as centenas de milhares de demagogos. Isso inclui líderes de partidos que concorreram à presidência que, ao invés de se posicionarem para justificar seu voto a quem os depositou a confiança, preferem ficar em cima do muro sem qualquer explicação ou justificativa plausível.
Mas voltando ao assunto, a memória do povo é realmente curta. Diga-se: caso Erenice Guerra; escândalo da quebra de sigilo na campanha adversária; lei do aborto; mordaça à imprensa; José Dirceu e o Mensalão; Palocci e o caseiro. Dentre MUITOS outros vindos deste partido. Uma mentira atrás da outra. Intermitentemente. Sem descanso.
Varre-se a sujeira pra baixo do tapete, muda-se o discurso, altera-se o visual, a maneira de agir, de falar e fica tudo certo. O que ficou pra trás é passado, afinal! Aliás, que passado, né? De um lado, um ex-deputado, ex-senador, ex-prefeito, ex-governador e, uma vez, eleito o melhor ministro do planeta. Do outro, a guerrilheira, ex-ministra envolvida em escândalos até as tampas, ex-secretária contestadíssima de Porto Alegre. A mulher que conseguiu a proeza de falir uma loja de 1,99 na capital gaúcha. Enfim…
Quem tem memória votou em um. Quem não se lembra, votou na outra. A candidata do “não lembro”, apadrinhada pelo Presidente do “eu não sei de nada” venceu. E assim ficaremos por mais quatro ou, quem sabe, oito anos…Queria todos tivessem memória de elefante. Aí sim, seria feita a voz de Deus. Deus que, pra nossa presidente, só existiu na campanha do segundo turno. Afinal, ela é atéia. Mas disso ninguém se lembra…